terça-feira, 24 de junho de 2008

Educação Ambiental JÁ!!!



Finalmente, uma boa notícia para o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG)!
O nosso Parque entrou, finalmente, para a rede das áreas naturais mais importantes da Europa, a PAN Parks!
A cerimónia, organizada com o alto patrocínio do Ministério do Ambiente, decorreu no concelho de Melgaço. E porquê Melgaço?! Não faço ideia, mas se calhar foi porque o Edil de Melgaço trabalha à sexta-feira (TODO O DIA) e teve tempo para “tratar” de levar para o seu concelho esta importante novidade na vida do PNPG.
Com esta adesão, o M.A. espera/prevê que o PNPG seja visitado por milhares de turistas de toda a Europa, sobretudo do norte, e que, finalmente, integre os “roteiros dos grandes operadores turísticos especializados no turismo de natureza”.
Um pormenor que me parece ser merecedor de reflexão, prende-se com o facto de, inserido na cerimónia e fazendo parte do Programa Escolar da Natureza, o PNPG ser visitado por Escolas Secundárias no âmbito de visitas de estudo.
Até aqui nada de novo, todos os visitantes são bem-vindos!
Mas, lamento que sejam sempre escolas de outros concelhos, nunca de escolas inseridas dentro do próprio PNPG, nomeadamente, do concelho que me interessa, Terras de Bouro.
Lembro isto com o propósito de chamar a atenção para o completo desinteresse que as sucessivas direcções do PNPG e também, com muita irresponsabilidade, o Município de Terras de Bouro, têm dispensado à importantíssima questão da educação ambiental da população natural e residente.



Muitos se admiram com a perda de população (verificada todos os anos) do PNPG e também do Município de Terras de Bouro. Poucos se questionam porquê?!
Deveriam perder um pouco de tempo e aferir a opinião que os naturais e residentes têm acerca do PNPG, e se realmente se sentem gratos e auto-realizados (tal como Abraham Maslow defendia) por viver dentro do Parque.
A resposta a estas questões é um rotundo NÃO! A população sempre viveu e vive na perspectiva de que o PNPG só veio trazer restrições, punições e outras afrontas ao seu quotidiano dentro do Parque. Vivem de costas voltadas para o PNPG.


O facto de a sede do referido PNPG ser em Braga também não ajuda nada!

O futuro do Parque, terá pois de progredir na medida da melhoria da educação para as questões ambientais das gentes que o habitam! E essa convivência tem de ser harmoniosa, sustentada e sobretudo devidamente ensinada por especialistas.
Voltando aos grandes responsáveis por esta convivência desavinda, entre o Parque e as suas gentes (PNPG e CM Terras de Bouro), a etiqueta de irresponsáveis ao longo dos últimos 37 anos (tantos quantos os da existência do PNPG) já ninguém lhes tira! O que realmente importa agora não é lembrar quem claudicou durante tantos anos uma verdadeira educação ambiental, mas sim pugnar para que ela se efective agora! Sem mais demoras.

Para sustentar esta opinião, parece-me que basta o facto de ter sentido na pele esta falta de preocupação das entidades que em cima não hesitei em apontar! Fiz todo o meu percurso escolar até concluir o Secundário por cá e nunca tive direito a uma mísera visita de estudo! Nem uma!!!

Diponibilizo também um óptimo artigo de Adelino Portela e Paulo Valadas de Castro saído do IV Coloquio Hispano-Portugués de Estudios Rurales-Santiago de Compostela e intitulado de “O Desenvolvimento Local e a Agricultura versus a Conservação da Natureza. O caso prático de uma Área Protegida e da sua zona envolvente” de que disponibilizo o endereço na WEB: http://www.usc.es/~idega/adelinov.doc